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Especialistas da Pan-Amazônia debatem enfrentamento ao coronavírus em webinar

Por 18 de maio de 2020março 25th, 2021Sem comentários

Com o objetivo de discutir desafios e soluções de combate ao novo coronavírus nos países amazônicos, a Rede de Soluções para o Desenvolvimento Sustentável da Amazônia (SDSN Amazônia) e a Fundação Amazonas Sustentável (FAS) reuniram, no último dia 6, especialistas e representantes de organizações que atuam na região para um webinar. Mais de 135 pessoas participaram da atividade.

 

Moderado pela secretária executiva da rede SDSN Amazônia, Carolina Ramírez Méndez, o seminário virtual foi aberto pelo superintendente-geral da FAS, Virgílio Viana, que destacou a relevância da iniciativa para o intercâmbio de informações. “Este seminário tem como motivação compartilhar experiências e conhecimentos entre os países e as instituições que fazem parte da Bacia Amazônica”, disse.

 

Contexto e desafios

 

Para proporcionar o entendimento sobre o coronavírus e a situação do sistema de saúde na Pan-Amazônia, o seminário contou com a presença do vice-diretor de Pesquisa do Instituto Leônidas e Maria Deane (Fiocruz Amazônia), Felipe Gomes Naveca, e da presidente do Departamento de Saúde Global e População do Harvard School of Public Health, Marcia Castro.

 

As desigualdades sociais expostas pelo novo coronavírus – como a falta de acesso a água e o baixo número de leitos e médicos por habitante na Amazônia – foram um dos pontos abordados. “Esse vírus não discrimina ninguém, não discrimina por cor ou por renda, mas certamente expõem as desigualdades locais. E o que estamos vendo na Amazônia agora é exatamente isso. As desigualdades que são intrínsecas no Brasil estão tornando a transmissão desse vírus na região amazônica extremamente problemática e gerando uma situação que eu acho que já podemos chamar de crise humanitária”, afirmou Maria Deane.

 

Já Naveca enfatizou a sobrecarga do sistema de saúde. “No interior do Amazonas, a situação é ainda mais crítica, pois não há infraestrutura para suportar essa situação, então, tem muita gente migrando para Manaus e os hospitais já estão à beira do colapso. Estamos recebendo ajuda de médicos vindos de outros lugares do país, mas a situação está muito difícil”, pontuou.

 

Soluções

 

Entre as iniciativas de enfrentamento apresentadas no seminário, está o Fundo de Emergência para a Amazônia, um trabalho colaborativo recém-criado em estreita coordenação com a COICA (Órgão de Coordenação dos Povos Indígenas da Bacia Amazônica) e suas nove organizações nacionais, além de parceiros e aliados em toda a Amazônia e em todo o mundo, para controlar a emergência sanitária da Covid-19 na região.

 

“O fundo pretende ajudar diretamente os povos e comunidades indígenas diante desta calamidade, pois não há hospitais, médicos, material de prevenção. Estamos pedindo ao mundo que nos apoiem, não só para que prevaleçam os povos indígenas se não também para conservar a floresta amazônica”, afirmou o Coordenador geral da COICA, Gregorio Mirabal.

 

Os recursos arrecadados pelo fundo serão direcionados para subsídios de resposta rápida, prevenção e cuidados urgentes e imediatos; suprimentos médicos e alimentares; comunicações e evacuação de emergência; proteção e segurança para os guardiões da floresta; segurança alimentar e resiliência comunitária. O total de cada doação (100%) será destinado diretamente para as comunidades indígenas e tradicionais, e organizações que enfrentam a Covid-19 na Floresta Amazônica. Para colaborar, basta fazer uma doação através do site: www.amazonemergencyfund.org.

 

Logo depois, o Reitor da Universidade Regional Amazônica IKIAM, Jesús Ramos Martín, apresentou as ações contra a pandemia de Covid-19 na Amazônia Equatoriana, em áreas como assistência à comunidade universitária, assistência econômica para população geral, contribuições para a saúde pública, pesquisa e academia. Cabe salientar que a universidade IKIAM é a primeira universidade amazônica a ter um laboratório autorizado para realizar provas de COVID-19 na Amazônia equatoriana e, também estão realizando um estudo pioneiro para determinar o potencial antimicrobiano de plantas e microorganismos nativos da Amazônia sobre super bactérias, levaduras e vírus causantes de enfermidades clínicas ou epidemiológicas como o coronavirus.

 
 

Aliança

 

No Brasil, a “Aliança dos Povos Indígenas e Populações Tradicionais e Organizações Parceiras do Amazonas para o Enfrentamento do Coronavírus”, coordenada pela FAS com o envolvimento de 63 instituições públicas e da sociedade civil, está disseminando e estimulando a adoção de boas práticas para reduzir os riscos de contágio, oferecendo produtos básicos para 19 mil famílias em áreas rurais e urbanas, e estabelecendo condições mínimas de atendimento remoto e transporte de pacientes graves no estado do Amazonas, Brasil.

 

Quem falou sobre o tema foi o superintendente-geral da FAS, Virgílio Viana. “Alianças deste tipo, na nossa visão, representam um caminho muito eficiente para fazer com que as ações cheguem na ponta. As organizações da sociedade civil tem um papel muito relevante e esse exemplo do Amazonas (Brasil) nós queremos compartilhar como algo que possa servir de referência para outros territórios”, ressaltou Viana.

 

Há várias formas de ajudar o projeto. Pessoas físicas podem fazer doações online através do site www.fas-amazonas.org, e pessoas jurídicas podem entrar em contato pelo e-mail corona@fas-amazonas.org. Esses apoios podem ser de qualquer espécie, financeiro ou material.

 

Encerrando o webinar, o assessor técnico do ciclo de projetos da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica – OTCA (Bolívia), Diego Pacheco Balanza, abordou a Cooperação regional para o enfrentamento de Covid-19. A organização tem atuado para a difusão de diretrizes para a proteção dos povos indígenas isolados e em contato inicial com a pandemia do novo coronavírus; planos de contingência regional para a proteção dos povos indígenas altamente vulneráveis e contato inicial; e plataforma transfronteiriça regional para a gestão do novo coronavírus e outras doenças tropicais emergentes na Amazônia (acesse para conhecer os protocolos para comunidades indígenas). No site da OTCA pode encontrar também informações atualizadas sobre o número de casos de coronavirus nos países amazônicos.

Para assistir o seminário virtual na integra acesse:

As apresentações podem ser visualizadas no seguinte link: https://drive.google.com/open?id=1uc5QoBSn-eJ-HijkCPDuOtI4XfVbW1MK

 

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