Relatório de Desenvolvimento Sustentável 2021 | Sustainable Development Report 2021

Foi lançado hoje o Relatório de Desenvolvimento Sustentável (SDR, na sigla em inglês), que inclui o Índice e os Painéis ODS que monitoram o progresso dos objetivos globais para 2030. Pela primeira vez desde 2015, quando chefes de Estado de todos os 193 países-membros da ONU concordaram com essas metas universais, o relatório anual mostra um retrocesso para o alcance dos ODS. O relatório foi escrito por uma equipe de especialistas, liderados pelo professor Jeffrey Sachs, presidente da Rede de Soluções para o Desenvolvimento Sustentável (SDSN, na sigla em inglês). Publicado pela Cambridge University Press, o relatório destaca os impactos de curto prazo da COVID-19 nos ODS e descreve como os ODS podem guiar a recuperação.

“Em 2020, pela primeira vez desde que os ODS foram adotados em 2015, o mundo perdeu terreno nos ODS. A pandemia de COVID-19 criou não apenas uma emergência de saúde global, mas também uma crise de desenvolvimento sustentável. Para restaurar o progresso dos ODS, os países em desenvolvimento precisam de um aumento significativo em seu espaço fiscal, por meio de uma reforma tributária global e da expansão do financiamento pelos bancos multilaterais de desenvolvimento. Os gastos fiscais devem apoiar as seis principais transformações dos ODS: educação de qualidade para todos, cobertura universal de saúde, energia e indústria limpas, agricultura e uso da terra sustentáveis, infraestrutura urbana sustentável e acesso universal a tecnologias digitais.” diz Jeffrey D. Sachs, presidente da SDSN e autor principal do relatório.

O relatório pode ser visualizado através do link. Visualização de dados: dashboards.sdgindex.org

Pela primeira vez desde a adoção dos ODS pela comunidade internacional em 2015, o Índice dos ODS decresceu.

A pandemia de COVID-19 representa um retrocesso para o desenvolvimento sustentável em todo o mundo. A queda mundial no desempenho dos ODS foi impulsionada, em grande parte, pelo aumento das taxas de pobreza e desemprego. Essa diminuição provavelmente está subestimada devido a atrasos nas estatísticas internacionais. Políticas sólidas e cooperação global forte podem restaurar e acelerar o progresso dos ODS na próxima década. O relatório apresenta uma estrutura detalhada de como os países podem utilizar os ODS para uma melhor recuperação.

A Finlândia lidera o Índice ODS de 2021, seguida por dois países nórdicos – Suécia e Dinamarca. Curiosamente, a Finlândia também ocupou o primeiro lugar como o país mais feliz do mundo, de acordo com dados da pesquisa da Gallup World Poll e publicados no World Happiness Report em março de 2021. Mesmo assim, a Finlândia e os países nórdicos enfrentam grandes desafios em vários ODS e não estão no caminho para alcançar todos os ODS em 2030.

Necessidade urgente de aumentar o espaço fiscal nos países em desenvolvimento

Países em desenvolvimento de baixa renda carecem de espaço fiscal para financiar respostas a emergências e planos de recuperação baseados em investimentos alinhados com os ODS. A COVID-19 ressaltou a capacidade limitada desses países em obter financiamentos. Embora os governos de países de alta renda tenham feito empréstimos significativos em resposta à pandemia, os países de baixa renda não conseguiram fazê-lo devido à sua baixa confiança no mercado de crédito. A principal implicação em curto prazo desta diferença no espaço fiscal, é que os países ricos provavelmente se recuperarão da pandemia mais rapidamente do que os países pobres. O relatório identifica quatro maneiras de aumentar o espaço fiscal dos países de baixa renda:

(1) Melhor gestão monetária global, especialmente em relação a uma maior liquidez para países de baixa renda

(2) Melhor arrecadação de impostos apoiada por diversas reformas fiscais globais

(3) Maior intermediação financeira pelos bancos multilaterais de desenvolvimento para apoiar o financiamento de desenvolvimento de longo prazo

(4) Alívio da dívida

A Década de Ação para os ODS exige um sistema multilateral forte

Os desafios globais, que incluem não apenas pandemias, mas também as mudanças climáticas e a crise da biodiversidade, exigem um sistema multilateral forte. Mais do que nunca, o sistema multilateral deve ser apoiado para funcionar de forma eficaz. A cooperação internacional, abrangida pelo ODS 17 (Parcerias para os Objetivos), pode acelerar uma resolução favorável desta pandemia e uma recuperação sustentável, inclusiva e resiliente. Aprender as lições desta pandemia será fundamental para fortalecer a capacidade da comunidade internacional de se preparar, responder e se recuperar de outros riscos críticos.

Alcançar os ODS é uma responsabilidade global, e estratégias domésticas para atingir os ODS devem evitar a geração de impactos negativos em outros países. O relatório mostra que os países de alta renda e os países da OCDE tendem a gerar as maiores repercussões negativas, principalmente por meio de cadeias de fornecimento insustentáveis, erosão das bases tributárias e transferência de lucros. Os spillovers devem ser compreendidos, medidos e gerenciados com cautela.

Outras conclusões do Relatório de Desenvolvimento Sustentável 2021

  • O Leste e o Sul da Ásia progrediram mais nos ODS do que qualquer outra região desde a adoção dos objetivos em 2015. Os três países que mais progrediram na pontuação do Índice ODS desde 2015 são Bangladesh, Costa do Marfim e Afeganistão. Alguns dos países que mais progrediram também começaram a partir de níveis de desempenho mais baixos. Em contraste, os três países que mais regrediram são Venezuela, Tuvalu e Brasil. 
  • Existe uma certa discrepância entre o apoio político expresso aos ODS e a integração dos objetivos em processos de política pública estratégicos. A pesquisa deste ano da SDSN sobre  esforços governamentais em relação aos ODS revela que menos da metade dos países selecionados ​​(20 de 48) mencionam os ODS ou usam termos relacionados em seu último documento orçamentário oficial. Ferramentas de monitoramento de políticas públicas baseadas na análise de cenários futuros para as principais transformações dos ODS podem ajudar a ir além dos compromissos e monitorar as ações dos países.
  • Mais de cinco anos após a adoção dos ODS, lacunas consideráveis ​​permanecem nas estatísticas para muitos ODS; em particular ODS 4 (Educação de Qualidade), ODS 5 (Igualdade de Gênero), ODS 12 (Consumo e Produção Responsáveis), ODS 13 (Ação Contra a Mudança Global do Clima) e ODS 14 (Vida na Água).

Desde 2015, este relatório anual fornece os dados mais atualizados para rastrear e classificar o desempenho de todos os estados membros da ONU em relação aos ODS. Como ferramenta de monitoramento não oficial publicada pela Cambridge University Press, o SDR é complementar aos esforços oficiais para monitorar os ODS.

Sobre a SDSN

A Rede de Soluções para o Desenvolvimento Sustentável da ONU (SDSN) mobiliza conhecimentos científicos e técnicos da academia, da sociedade civil e do setor privado para apoiar soluções práticas para o desenvolvimento sustentável em escalas local, nacional e global. A SDSN opera desde 2012 sob os auspícios do Secretário-Geral da ONU. A SDSN está construindo redes nacionais e regionais de instituições de conhecimento, redes temáticas focadas em soluções, e a Academia ODS (SDG Academy), uma universidade online para o desenvolvimento sustentável.

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