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Povos indígenas devem estar na linha de frente da conservação e de políticas públicas para a Amazônia, apontam organizações da Bolívia

Por 13 de julho de 2023Sem comentários

Em preparação para a Cúpula da Amazônia, em agosto, quinto diálogo promovido pela Rede SDSN Amazônia reuniu representantes da sociedade civil da Amazônia boliviana

Antes da Conferências das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP) em 2025, a cidade Belém, no Pará, vai receber um grande evento em escala e importância sobre o futuro climático do planeta, com a região amazônica no centro das decisões. A Cúpula da Amazônia acontece nos dias 8 e 9 agosto, reunindo governos amazônicos regionais, nacionais e membros da sociedade civil organizada.  

Como preparativos para a Cúpula, a Rede de Soluções para o Desenvolvimento Sustentável da Amazônia (SDSN Amazônia), em parceria com organizações pan-amazônicas, está organizando uma série de diálogos virtuais e gratuitos sobre questões socioambientais na Amazônia. No dia 29 de junho, foi a vez do debate “Contribuições da Bolívia para a Cúpula da Amazônia”.

 

Amazônia boliviana concentra riqueza cultural de povos indígenas e é essencial para planejar a conservação do território

Com frequência, a imagem da Bolívia é associada à atmosfera das culturas e paisagens dos Andes, cadeia montanhosa que recorta o relevo do país. Tão presente e representativa quanto na formação do país é a Amazônia, que ocupa mais de 40% do território nacional. A Amazônia boliviana é uma porção fundamental desse bioma, cuja responsabilidade e cuidado são compartilhados entre oito países da América do Sul. 

No evento organizado pela rede SDSN Amazônia e transmitido no canal da FAS no YouTube, a Amazônia boliviana foi representada pelas instituições Fundación Natura Bolivia; Coordinadora de las Organizaciones Indígenas de la Cuenca Amazónica (COICA); União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) na América do Sul; Gobierno Autónomo Departamental de Pando; Asamblea Legislativa Plurinacional; e Autoridad Plurinacional de la Madre Tierra.   

O diretor da IUCN – América do Sul, Gabriel Quijandría, acredita que a série de eventos criam um ambiente “fundamental em termos de poder trazer uma proposta das organizações da sociedade civil E das organizações indígenas para esse espaço de renovação do compromisso dos governos amazônicos com a conservação dos territórios”, afirmou. “Há um processo no qual vemos a possibilidade de concordar com a ideia de que há um problema coletivo que precisamos abordar e criar soluções em conjunto, promover um novo modelo, um novo olhar para o ambiente amazônico”. 

Pensar em uma nova visão para a Amazônia passa por reconhecer a centralidade dos povos originários da região nesse processo. “Os povos indígenas têm contribuído para a proteção e conservação da Amazônia, para o cuidado da nossa grande maloca, a Amazônia”, declarou Fany Kuiru, indígena da etnia Uitoto e líder da COICA.  

A Bolívia é uma nação latino-americana com uma das maiores proporções de indígenas em sua população: estima-se quase 30 povos indígenas habitantes na região amazônica do país. “Somos nós que garantimos que a floresta permaneça em pé e que os recursos naturais não sejam extraídos de forma violenta. Para que os povos indígenas continuem contribuindo para a conservação da Amazônia, é importante e urgente que os territórios indígenas em cada um dos países sejam titulados. Em outras palavras, é necessária uma garantia legal para os territórios indígenas a fim de continuar a conservá-los”, ressaltou Kuiru. 

A necessidade de políticas públicas em escalas nacional e transnacional para a proteção da Amazônia e dos povos da floresta foi reforçada por Pedro Azuga. De acordo com o assessor em questões de mudanças climáticas da Autoridad Plurinacional de la Madre Tierra, essas políticas devem ter como horizonte não somente a integridade da região amazônica, mas o futuro do planeta, que depende do bom estado desse bioma.   

Azuga pontuou que a Pan-Amazônia forma “uma única região e estamos nessa concertação que pode levar a um futuro melhor para nossas florestas e também para formular uma melhor capacidade de resposta de todos os atores envolvidos, a fim de podermos deter essas mudanças climáticas que para nós já são visíveis como uma grande crise climática”.

 

Sobre os eventos

Os eventos on-line com representantes da sociedade civil desses países são promovidos pela SDSN Amazônia, instituição ligada à Organização das Nações Unidas (ONU) e secretariada pela FAS. Este foi o quinto encontro da série especial de diálogo e articulação de demandas, que tem o objetivo de contribuir para o posicionamento e a incidência política da sociedade civil pan-amazônica, povos indígenas e comunidades locais na agenda climática global.  

Ao final dos encontros, será elaborada uma carta conjunta de reivindicações para apresentação aos chefes de Estados dos oito países que compõem a Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA), durante a Cúpula da Amazônia, nos dias 8 e 9 de agosto, em Belém (PA).

 

Sobre a SDSN Amazônia

A Rede de Soluções para o Desenvolvimento Sustentável da Amazônia (SDSN Amazônia), criada em 2014 na cidade de Manaus (Brasil), é uma rede regional da SDSN Global. A Fundação Amazonas Sustentável (FAS) realiza a secretaria executiva da rede. A organização visa mobilizar o conhecimento local na busca e criação de soluções práticas e viáveis para os desafios relacionados ao desenvolvimento sustentável da Pan-Amazônia.

 

Sobre a FAS

A Fundação Amazônia Sustentável (FAS) é uma organização da sociedade civil sem fins lucrativos que atua pelo desenvolvimento sustentável da Amazônia por meio de programas e projetos nas áreas de educação e cidadania, saúde, empoderamento, pesquisa e inovação, conservação ambiental, infraestrutura comunitária, empreendedorismo e geração de renda. A FAS tem como missão contribuir para a conservação do bioma pela valorização da floresta em pé e de sua biodiversidade e pela melhoria da qualidade de vida das populações da Amazônia. Em 2023, a instituição completa 15 anos de atuação com números de destaque, como o aumento de 202% na renda média de milhares famílias beneficiadas e a queda de 40% no desmatamento em áreas atendidas entre 2008 e 2021.

 

Créditos de imagem: Divulgação/FAS

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