De 25 a 27 de agosto, a Rede de Soluções para o Desenvolvimento Sustentável da Amazônia (SDSN Amazônia), instituição secretariada pela Fundação Amazônia Sustentável (FAS), compartilhou suas experiências e ações no “Encuentro de la Red de Conservación Voluntaria y Comunal ‘Amazonía Que Late’”, nas regiões de Loreto e Ucayali, no Peru. O evento fortaleceu alianças entre membros da rede e fomentou debates sobre o desenvolvimento sustentável por meio da bioeconomia.
A programação foi organizada pela Red AQL, a Amazónicos por la Amazonía (AMPA) e a RACOL, com apoio da Andes Amazon Fund (AAF).
Nos três dias, a SDSN Amazônia compartilhou experiências e oportunidades que impactam o contexto nacional e internacional. Uma delas é a Plataforma de Soluções, um catalisador e multiplicador de soluções inovadoras na Pan-Amazônia e que são implementadas por várias organizações.
Outra ação compartilhada foi “Amazonía Sin Fronteras: Aportes de la Sociedad Civil, Pueblos y Comunidades Locales de la Pan Amazonía a la Cumbre Amazónica”. Realizada de maio a agosto de 2023, a programação contribuiu para o posicionamento e a incidência política da sociedade civil, povos indígenas e comunidades locais. Após um ciclo de diálogos online e presenciais com seis países da Pan-Amazônia, a SDSN Amazônia sintetizou uma carta com dez soluções que foi entregue aos chefes de Estado dos países da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA).
Bioeconomia em pauta
A secretária-executiva da SDSN Amazônia, Karina Pinasco, também destacou o conceito de “bioeconomia” defendido pela rede.
“Não buscamos uma reprodução de modelos utilizados pelo agronegócio convencional ou em commodity. Para nós, a bioeconomia amazônica deve ser baseada na vida e no bem-estar social de seus povos, onde sejam desenvolvidas cadeias de valor priorizando a equidade, a inclusão e a justiça”, enfatizou.
A filosofia converge com a apresentada pela Red AQL, composta de povos indígenas, comunidades ribeirinhas, sociedade civil organizada, famílias titulares de áreas de conservação privada, concessões de conservação e outras florestas não madeireiras.
Buscando fomentar o debate, a organização destacou o trabalho em cadeias de produtos da biodiversidade, como buriti, artesanais, mel de abelha silvestre e turismo de base comunitária.
“Isso é uma demonstração de soluções locais alinhadas com o desenvolvimento sustentável e a Agenda 2030 da ONU [Organização das Nações Unidas], pois fortalecem o trabalho comunitário e atuam na luta contra as mudanças climáticas. Elas [as soluções] se apresentam como um exemplo de bioeconomia e de conhecimentos ancestrais de povos da Amazônia”, complementa.
Nova gestão
O encontro também marcou o início da gestão de Karina Pinasco com a nova secretária-executiva da SDSN Amazônia. “A intenção é de aproximarmos e fortalecermos os vínculos entre os membros, além de dialogarmos com aliados em potencial dos oito países amazônicos que trabalham por uma Amazônia mais justa e próspera”, finaliza.
Sobre a SDSN Amazônia
A Rede de Soluções para o Desenvolvimento Sustentável da Amazônia (SDSN Amazônia), criada em 2014 na cidade de Manaus (Brasil), é uma rede regional da SDSN Global. A Fundação Amazonia Sustentável (FAS) realiza a secretaria executiva da rede. A organização visa mobilizar o conhecimento local na busca e criação de soluções práticas e viáveis para os desafios relacionados ao desenvolvimento sustentável da Pan-Amazônia.
Sobre a FAS
A Fundação Amazônia Sustentável (FAS) é uma organização da sociedade civil sem fins lucrativos que atua pelo desenvolvimento sustentável da Amazônia por meio de programas e projetos nas áreas de educação e cidadania, saúde, empoderamento, pesquisa e inovação, conservação ambiental, infraestrutura comunitária, empreendedorismo e geração de renda. A FAS tem como missão contribuir para a conservação do bioma pela valorização da floresta em pé e de sua biodiversidade e pela melhoria da qualidade de vida das populações da Amazônia. Em 2023, a instituição completa 15 anos de atuação com números de destaque, como o aumento de 202% na renda média de milhares famílias beneficiadas e a queda de 40% no desmatamento em áreas atendidas entre 2008 e 2021.
